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O mês de Setembro marca, tradicionalmente, o regresso dos nossos filhos à escola.
Mais do que nunca, a educação dos nossos jovens é um assunto que preocupa os mais velhos. Dotar a nossa descendência das melhores competências envolve escolhas que tentamos fazer racionalmente mas em que a emoção tem grande preponderância. Muitas vezes sucumbimos à tentação de planear a vida deles como se da nossa se tratasse.
A escolha da melhor escola, do melhor curso, do melhor local para estagiar, etc. etc.. Li há uns tempos atrás que a última despesa em que os portugueses "cortam" é na educação. Acredito que assim seja!
O sucesso das instituições de ensino particulares com listas de espera na admissão de alunos e bons resultados nos rankings (que valem o que valem) são o reflexo desse investimento. Desde a pré-primária até ao ensino secundário ( o superior tem contornos ligeiramente diferentes) a escola pública está a perder espaço a um ritmo alucinante.
Quem quiser ver apenas a "ponta do iceberg", vai dizer que os alunos vão para uma PPP (Pagou Propinas, Passa)! Com boas notas, acrescentarão outros. Mais alguns dirão que à custa de professores e funcionários com vínculo precário e que lhes exigem, por menos dinheiro, mais do que aos seus colegas do público. Não sendo obrigados a aceitar qualquer aluno que lhes apareça, será outro dos argumentos.
Não sendo um profundo conhecedor das tabelas salariais, direi com alguma facilidade que os alunos passam porque trabalham, porque são bem acompanhados, porque têm condições para fazer o seu trabalho e lhes é exigido que o façam. Situações de favor, um jeitinho, uma "cunha"? Todos as conhecemos no privado e...no público! Qualquer professor insatisfeito poderá optar por sair da instituição. Livremente. Aos alunos pede-se que estejam motivados, que trabalhem, que não sejam factores de desequilíbrio.
No sector privado sabe-se quem decide, quem dá ordens, quem dá a cara. Há liderança! Na escola pública os líderes são eleitos em processos politizados e conducentes a ambientes tensos e, muitas vezes, "conspiratórios". Ainda não percebi, por exemplo, porque é que os conselhos executivos são OBRIGATORIAMENTE constituídos por docentes. Porquê?
A escola pública, com honrosas excepções, está desacreditada, desleixada, deserta, fruto de uma filosofia de pensar a escola para o professor, da falta de investimento na qualidade do ensino e das instalações, do desleixo, do vandalismo e do mais completo laxismo de todo o pessoal (docente e não-docente) e do centralismo do Ministério da Educação que em tudo quer mandar.
Haverá salvação para a escola pública? Não me parece. Felizmente para alguns, este governo não vai conseguir implementar o cheque-ensino. A situação vai continuar a reinar!
Até já!!!!
Nota: tenho um filho que sempre estudou no ensino público e uma filha que sempre frequentou o privado.
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