![]() |
Imagem retirada da internet |
Sou, há não muito tempo, um entusiasta do movimento associativo.
Esse sentimento de partilha, de união, de altruísmo é-me, agora, muito caro. Aliado a esse entusiasmo, o facto de não entrar seja no que for só para fazer parte, leva-me a dedicar muitas horas da minha semana a ler, estudar, escrever acerca dos projectos em que me envolvo. Considero esta participação como uma forma de intervenção cívica, de pertença à comunidade, de aprendizagem em que busco realização pessoal e o enriquecimento emocional.
Claro está que há quem veja nessa minha vivência uma tentativa de promoção social, a busca por vantagens económicas, a tentativa de alcançar "palcos" para outros voos.
Compreendo essa visão e aceito-a, com naturalidade, porque os exemplos dessas promoções são abundantes. Não é essa a minha intenção. Garanto-vos!
Compreendo essa visão e aceito-a, com naturalidade, porque os exemplos dessas promoções são abundantes. Não é essa a minha intenção. Garanto-vos!
A Câmara Municipal de Fafe anunciou, recentemente, a revisão da política de atribuição de subsídios às associações. Uma decisão mais do que acertada e que, infelizmente, parece vir a reboque das polémicas levantadas em torno das bandas filarmónicas do concelho.
Não concordo com a subsidio-dependência tão incrustada na nossa sociedade. Acredito que o reconhecimento do trabalho virá e será merecedor de algum apoio sem nunca se esmorecer na busca pelo que se pode fazer de melhor.
Aparentemente, a ideia será apoiar as associações que desenvolvam actividades de reconhecido mérito em vez de distribuir a verba por uma imensidão de instituições sem distinguir ou, pelo menos, priorizar, os planos de actividade mais valiosos.
Aparentemente, a ideia será apoiar as associações que desenvolvam actividades de reconhecido mérito em vez de distribuir a verba por uma imensidão de instituições sem distinguir ou, pelo menos, priorizar, os planos de actividade mais valiosos.
Espero que seja reconsiderada, até à luz dos acontecimentos recentes, a decisão de adquirir um imóvel para ceder à Sociedade Artística Musical Fafense-Banda de Golães sem, contudo, comprometer a sua actividade. Até porque as verbas envolvidas nesse negócio são relevantes. Exageradas, até.
Também, por questões de transparência, os apoios concedidos ao Centro Cultural, Social e Desportivo dos Trabalhadores da Câmara Municipal de Fafe deve ser bem fundamentado.
Está na hora de se ter pensamento estratégico, algo que até aqui não era hábito existir. É no tempo de austeridade (palavra maldita) que se tomam as melhores decisões e que se faz "escola" para o futuro. O tempo de decisões desgarradas já passou e é necessário gerir com parcimónia recursos que são escassos e decidir a favor de projectos que representem, realmente, mais-valias para as populações.
Não defendo, que fique claro, uma aposta demasiado especializada mas também não acredito no apoio a toda e qualquer associação que se entenda constituir. É uma questão de escolha. Ou seja, é política.
Esperamos por boas políticas. Boas decisões.
Até já!!!!
Esperamos por boas políticas. Boas decisões.
Até já!!!!
Sensato!
ResponderEliminarSubscrevo completamente
ResponderEliminarEstou ligado ao associativismo desde os meus 5 ou 6 anos. Como grande parte dos regadenses, fui escuteiro, tendo passado por todas as secções até chegar a dirigente. Estive na Administração do Campo de Atividades da Apúlia do CNE. Sócio da Associação Solar da Praça e da Associação Académica de Coimbra. (ex)Sócio Fundador da ACSSRegadas. Fundador do Club Alfa. Enfim, currículo em associativismo não me falta. Só o apresento para dizer que sei do que falas. Mas, aviso-te, os que acham que uma pessoa anda no associativismo para se promover são os que mais se preocupam com as promoções. Em Coimbra, a guerra é outra. Em Fafe, fartei-me de me debater contra os impostores que usavam as associações para se 'oferecerem aos políticos fafenses'. Tive de travar algumas batalhas. Saí dessas associações revoltado com o oportunismo de gente que se vende tão facilmente, menos do Club Alfa porque nessa as coisas não são como os outros querem.Uma coisa é certa, ao ver onde foram parar essas pessoas, continuo a acreditar no associativismo como, pelos vistos, tu também o vês. Até porque promoção social... mediática... como disse uma jornalista que eu estava a falar em tempos quando um amigo lhe disse: «Estás a falar muito com a jornalista. É para ela depois falar de ti?» Sem eu dizer nada, a jornalista responde: «Ele não precisa. É notícia todas as semanas». Isto só porque saia a minha crónica... Há muito a falar sobre isto, daria um bom debate... mas que há um controlo sobre o associativismo, disso não tenho dúvidas, já o senti na pele. Muita coisa vai ter de mudar em Fafe...
ResponderEliminarAo contrário do Sr. que abandonou por cansaço eu fui (aliás com processo disciplinar em curso de expulsão de sócio - creio que caso único no associativismo Fafense) por enfrentar o mesmo que o Sr. explana. Caberá agora aos mais altos dirigentes Fafenses tomar uma posição sobre o assunto e articular as medidas que entenderem.
EliminarConsultando o sitio oficial do município, vejo a atribuição, para 2014, de uma verba de 10.000€ à Conferência S. Vicente de Paula (apoio social) e uma de 18.000€ ao Cine Clube de Fafe (cultura e lazer)!!!!
ResponderEliminarSerá que sou só eu a ficar indignado com esse distribuição de verbas? Quais são os critérios?
Sobre isso já está respondido em cima. Há dois tipos de associações em Fafe. Deixo um conjunto de crónicas que podem ser úteis se alguém tiver a pachorra para ver que estes assuntos já andam na baila há muito: http://pedromiguelsousa.blogspot.pt/search/label/Cr%C3%B3nicas
ResponderEliminarCaro Sr. Ricardo,
ResponderEliminarNão sei se teve conhecimento mas fui eu um dos denunciantes no que respeita pelo menos ao assunto da Banda de Golães. Não o fiz com prazer nem com maldade mas sim porque creio que dei o benefício da dúvida por tempo mais que suficiente para alterar o decurso dos acontecimentos. Não preciso de me esconder atrás de qualquer cartão de associado para defender/expor/denunciar que a minha consciência e comportamento cívico me obriga. Não vou, para já, entrar em pormenores no que respeita à Banda de Golães (mas Revelhe também está semelhante) já que espero, como refere, a posição oficial da autarquia. Contudo, e com provas de facto, deixo somente este pensamento:
"Para quê assinar contratos protocolos com entidades quando na sua execução uma ínfima parte é executada e ainda se procede cegamente à sua renovação? Será que há sectores que não são alvos de ajustamentos estando o resto do país a ser e de uma forma severa e muitas vezes injusta?"
Mais não posso falar mas poderia escrever horas sobre este assunto, infelizmente.
Uma última palavra, dou-lhe os meus parabéns pela "ousadia" em escrever e publicar pensamentos que muitos não tem coragem de expor.
Sr António:
ResponderEliminarNão considero que se trate de ousadia, da minha parte mas, de qualquer forma, agradeço o incentivo.
Toca num ponto fundamental e que me parece esquecido: a fiscalização por parte do município ao uso dado aos subsídios atribuídos.
Até por uma questão de transparência da aplicação de dinheiros públicos.
Fica a ideia!
Um bem haja as pessoas que defendem o núcleo de uma associação, o Associativismo! Concordo completamente com as suas palavras!
ResponderEliminar