Sou completamente contra a ideia que a cultura tem de ser oferecida!!!!
O acesso à cultura não pode ter como "contrapartida" um custo para o sector público. Se eu me quero instruir, vou ter um custo para isso. Ponto final.
Cabe-me a mim obter os meios para atingir esse objectivo.
Porque carga de água o Estado há-de oferecer manifestações artísticas?
Porque diabo há-de o Estado oferecer um canal de TV para um público residual e, na sua maioria pertencente a classes média-alta (pela sensação que tenho e não baseado em qualquer estudos de perfil dos espectadores)?
Qual a justificação para uma câmara vender bilhetes para espectáculos com artistas de projecção a 10€ (estando, à partida, garantido que o espectáculo não será auto-sustentável)?
Não entendo!!!!
Como é óbvio os apoios estatais à classe artística estão condenados a ser polémicos. Não há um critério para a sua atribuição que seja consensual e o "caldo" anda sempre entornado.
Há dias circulava um apontamento de João César Monteiro em que o realizador dizia estar a "borrifar-se" (as palavras não eram bem estas) para o público e, descontando o mau-génio do senhor, aquela é uma atitude comum entre uma certa classe artística: independentemente do resultado dos seus projectos, o próximo será subsidiado, por isso, podem ser condescendentes connosco, os pobres contribuintes.
Chamo a isto desbaratar recursos e, num país como o nosso, a relação custo-benefício do projecto é que deve presidir à decisão de atribuir, ou não, o apoio. Não quero aqui dizer que o objectivo seja o lucro económico mas, antes, o lucro social. Dificilmente atribuirei esse estatuto a um filme que tenha um punhado de espectadores ou um livro que não tenha capacidade de impelir os leitores a comprá-lo.
Em todos os regimes surgem os artistas da moda. Por estes dias a artista plástica Joana Vasconcelos tomou o lugar que já foi de Filipe La Féria, José Saramago, Siza Vieira, Eusébio ou Amália Rodrigues. Normalmente, os apoios não aparecem em início de carreira mas quando, fruto do seu trabalho, já gozam de um estatuto de "estrela".
Outra alteração dos últimos tempos é a entrada de grandes produtores (à nossa escala, claro) no meio artístico fazendo deste um negócio numa época em que a falta de mecenas e\ou patrocinadores obriga a bilheteira a ser o factor crítico de sucesso de um evento como uma...exposição de arte. Ou seja, se o produto não for atractivo, não terá público e o promotor terá prejuízo.
Diferente, não?
Até já!
Porque diabo há-de o Estado oferecer um canal de TV para um público residual e, na sua maioria pertencente a classes média-alta (pela sensação que tenho e não baseado em qualquer estudos de perfil dos espectadores)?
Qual a justificação para uma câmara vender bilhetes para espectáculos com artistas de projecção a 10€ (estando, à partida, garantido que o espectáculo não será auto-sustentável)?
Não entendo!!!!
Como é óbvio os apoios estatais à classe artística estão condenados a ser polémicos. Não há um critério para a sua atribuição que seja consensual e o "caldo" anda sempre entornado.
Há dias circulava um apontamento de João César Monteiro em que o realizador dizia estar a "borrifar-se" (as palavras não eram bem estas) para o público e, descontando o mau-génio do senhor, aquela é uma atitude comum entre uma certa classe artística: independentemente do resultado dos seus projectos, o próximo será subsidiado, por isso, podem ser condescendentes connosco, os pobres contribuintes.
Chamo a isto desbaratar recursos e, num país como o nosso, a relação custo-benefício do projecto é que deve presidir à decisão de atribuir, ou não, o apoio. Não quero aqui dizer que o objectivo seja o lucro económico mas, antes, o lucro social. Dificilmente atribuirei esse estatuto a um filme que tenha um punhado de espectadores ou um livro que não tenha capacidade de impelir os leitores a comprá-lo.
Em todos os regimes surgem os artistas da moda. Por estes dias a artista plástica Joana Vasconcelos tomou o lugar que já foi de Filipe La Féria, José Saramago, Siza Vieira, Eusébio ou Amália Rodrigues. Normalmente, os apoios não aparecem em início de carreira mas quando, fruto do seu trabalho, já gozam de um estatuto de "estrela".
Outra alteração dos últimos tempos é a entrada de grandes produtores (à nossa escala, claro) no meio artístico fazendo deste um negócio numa época em que a falta de mecenas e\ou patrocinadores obriga a bilheteira a ser o factor crítico de sucesso de um evento como uma...exposição de arte. Ou seja, se o produto não for atractivo, não terá público e o promotor terá prejuízo.
Diferente, não?
Até já!
É fácil falar assim, quem tem e sempre teve dinheiro para aceder a todos as formas de cultura. O seu pensamento é um pensamento que cria cada vez mais as desigualdades sociais.
ResponderEliminarÉ verdade que não conheci, até agora, dificuldades económicas mas desde quando isso é uma garantia de aculturação?
ResponderEliminarPosso dizer-lhe que conheço tanta gente culta oriunda das classes sociais mais baixas como das mais altas. A cultura não tem um preço de aquisição. Requer muito trabalho sem que isso seja sinónimo de despesa. Ainda assim, concordo consigo que o desafogo financeiro pode ser facilitador. Mas que outras coisas na vida não o são?
Acha que as pessoas podem pagar espetáculos culturais a 30, 40, 50 e mais euros? Porque critica a CMF por colocar artistas no Cineteatro a 10 Eur? Não é uma forma colocar a cultura ao serviço dos pessoas por preços acessíveis? Que eu saiba a Camara tem as contas em dia.
EliminarNão é nada disso que defendo. Defendo um preço justo pelo espectáculo a que vamos assistir. No caso dos concertos íntimos, que refere, defendo bilhetes a 25- 30€, sim. Ainda assim as despesas não ficariam cobertas, caso não saiba. A cultura não deve ser para dar lucro mas não pode ser um buraco onde se despejam euros. O município tem situação financeira equilibrada mas também tem falta de muita coisa. Saneamento, por exemplo!!!!
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