Nascido e criado nesta cidade (na minha infância, vila), sou um fafense orgulhoso das minhas raízes. Hoje, passo a maior parte do meu tempo entre duas freguesias do concelho, Arões (Santa Cristina), onde vivo, e Cepães, onde trabalho.
Este parágrafo serve como nota justificativa à minha intervenção pública, em várias plataformas, que alguns já viram como tendo outras intenções para além do amor à terra, aliado à capacidade de pensar. Se a isso aliarmos o gosto pela escrita e alguma dose de coragem para se dizer o que se pensa, penso que está encontrada a justificação para os meus actos.
Nos últimos dias tenho-me deliciado com algumas das "pérolas" do nosso concelho: os percursos pedestres, a barragem de Queimadela, o renovado recinto da feira semanal e o esmagador verde da nossa zona norte. O verão tímido não retira pitada às nossas belezas e tenho pena daqueles que, por uma razão ou outra, não capitalizam estes recursos.
Cada vez mais me convenço que Fafe tem aquele "não sei o quê" capaz de nos fazer reconciliar connosco próprios, de expurgar energias negativas que vamos acumulando e nos devolver a paz que precisamos para enfrentar os tempos difíceis que vivemos.
Claro que é mais fácil dizer mal de tudo o que nos rodeia, das decisões das autoridades, do vizinho ou do seu cão. Prefiro seguir outro caminho e ressaltar aquilo que temos de bom e tentar influenciar a decisão de melhorar aquilo que temos de mais frágil. E é, ainda, tanta coisa!
Permitam-me destacar a falta de saneamento básico (uma vergonha municipal), a poluição das linhas de água e a conivente passividade das autoridades, a falta de uma verdadeira política para a juventude, uma relação mais próxima, transparente e leal entre os decisores e a população e, ainda, alguns "pontos negros" urbanísticos.
Acredito que quem levantar a sua voz tem, hoje, maior probabilidade de ser ouvido desde que cumpra, também, as regras da civilidade, seja realista e saiba justificar as suas "reivindicações". Tenho ouvido muita coisa com sentido, muitas observações pertinentes, muitas ideias e isso faz-me crer numa sociedade mais participada e mais "nossa".
Saibam os nossos políticos extrair essa vontade de ser parte de um todo e sairemos todos a ganhar. Eles também porque, afinal, a avaliação de um mandato deve ser feita pelas realizações e não pela origem das ideias e, afinal, ninguém sabe tudo nem faz tudo bem.
Até já!!!!
O segredo da coisa está no quarto parágrafo. Fafe tem realmente esse "não sei o quê", como lhe chama o Ricardo Gonçalves, que nos lava a alma. Eu sinto isso: cada vez mais, quantas vezes menos aí vou. Subo aos nossos montes e, confesso, comovo-me. Retempero-me.
ResponderEliminarDe geografia estamos, portanto, servidos. Já só faltam as pessoas certas. Ou as atitudes certas. Conto com o Ricardo.
(O Ricardo, que é um chato. Lá vou eu agora copiar um número, só para provar que não sou um robô.)