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Retirado de http://cm-fafe.pt/ |
Foi recentemente anunciado o iminente arranque de uma nova intervenção no parque da cidade.
Alterar o actual estado do espaço é, em si, uma coisa positiva. Também já todos sabemos que aquilo que se vai fazer é muito limitado pelas disponibilidades financeiras do município e de fundos comunitários. Anoto como positiva a determinação de avançar, apesar dessa grande condicionante. Como complemento desta, registo, ainda, a notícia de melhoramentos a implementar na barragem de Queimadela ainda para esta próxima época balnear.
O parque, em conjunto com a ciclovia (que considero das melhores coisas feitas em Fafe) poderão representar um novo fôlego para a qualidade de vida dos fafenses e eliminar um dos pontos negros da nossa cidade.
Rejeitado o projecto inicial que previa uma multiplicidade de equipamentos naquele espaço, a filosofia desta empreitada vai no sentido de dotar a cidade de uma mancha verde. Pelo que sei, não foram abandonados alguns projectos de instalações desportivas, como os courts de ténis e a nova piscina municipal que só não avançarão por falta de cabimento orçamental.
É aqui que eu discordo com o município por achar que esses equipamentos vão criar uma grande pressão sobre o espaço. Essa pressão já é exercida pelo pavilhão multi-usos, pela escola montelongo e será amplificada se a opção for por tornar aquele um parque desportivo. Falo de pressão urbanística mas, também, de pressão de tráfego automóvel. Manifestei esta preocupação na consulta pública realizada no final do mandato do anterior executivo e mantenho-a.
Devo, ainda, chamar a atenção para a necessidade de um investimento no sentimento de segurança dos utilizadores atingível com uma boa iluminação, espaços amplos minimizando os recantos, policiamento atento e manutenção cuidada. Este será o melhor
caminho para permitir colocar o Parque no “coração” da população.
Até já!!!!
Aqui há anos, uns queridos amigos de Fafe ficaram muito escandalizados comigo quando lhes tentei explicar as substanciais diferenças entre um "parque da cidade" e um parque de estacionamento. Até dei exemplos - basta vir ao Porto. Mas em Fafe parece que a confusão continua...
ResponderEliminarEm Fafe serve mais como uma variante a quem não quer passar no centro mas, no essencial, comungo da tua visão.
EliminarHá mais de 10 anos (não posso precisar a data) escrevi no "Correio de Fafe" o texto abaixo.
ResponderEliminarSerá que vale a pena continuar a falar sobre as coisas!?
"O Parque da Cidade – essa “coisa”
Quando, aqui há uns anos atrás, ouvi falar de um projecto de um parque, em Fafe, logo pensei num lugar aprazível, onde as pessoas pudessem ir passear com a família toda, onde o verde fosse a cor dominante, um sítio que fosse agradável de visitar e nos desse vontade de lá voltar. Um parque, por definição, deveria ser um local de convívio, de lazer, de desfrute dos poucos momentos que temos para nós.
Comecei a ficar algo céptico perante a enumeração das valências que lá iriam ser implantadas. Ainda assim, pensei eu, há margem de manobra para se fazer uma obra que vá de encontro às necessidades e anseios da população mais urbana e mais ávida deste tipo de espaços.
Na altura em que foi apresentada a maqueta do referido parque mantive a opinião embora confesse a minha falta de sensibilidade para este tipo de representação.
Tenho acompanhado com bastante interesse a evolução da obra e...DESILUSÃO. O espaço lúdico que tinha idealizado está a léguas de ser lá retratado. A visão idílica de um espaço natural, bem cuidado, não vai lá estar desenhado. O “paraíso” com que sonhava só tem correspondência nos anseios dos consumidores de drogas. O verde que, na minha maneira de ver, deveria predominar neste lugar, só dominará à custa dos “grafitti”.
Uma obra que tinha tudo para dar certo foi desbaratada pelo excesso de vontade de intervir de algum arquitecto ávido de protagonismo. Não se deve querer fazer curriculum com projectos cuja primordial preocupação deveria ser servir a população. O bom senso e o bom gosto deveriam imperar acima das perspectivas de carreira ou da megalomania de algum técnico pago com dinheiro que é de todos nós.
Não se deve esquecer a responsabilidade de quem, em última análise, é responsável por aquele monte de betão que ali foi “plantado”. É a Câmara Municipal de Fafe quem tem a responsabilidade de mandar avançar com aquela “coisa” e de arranjar o dinheiro para a sua implementação, em prejuízo de outros investimentos. É a mesma Câmara que se queixa de estar manietada pelas restrições de acesso ao crédito para cumprir os seus compromissos eleitorais, que investe num aglomerado de betão o que poderia ser aplicado noutras áreas.
Eu sei que o projecto não foi executado sob as ordens deste executivo mas também sei que foi “bandeira” acenada na altura da campanha eleitoral. Acresce o facto que na altura do primeiro mandato eventuais alterações estariam em muito boa altura para serem introduzidas. Daí, concluo que a actual gestão camarária esteja orgulhosa da “coisa” que ali está a desenvolver.
Agora que o que não tem remédio, remediado está, espero que daqui se tirem importantes lições para o futuro e que outras intervenções desta natureza sejam entregues a técnicos mais competentes e com um menor ego."
Eu não percebo nada de obras, nem de economia, nem de finanças (na verdade, não percebo nada de tudo), mas tenho a ideia de que - comparando os preços da erva e da terra com os preços do alcatrão e do betão - fazer bem um parque da cidade sai muito mais barato do que fazer mal um parque da cidade.
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