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INCOERÊNCIAS

Imagem retirada da Internet

Digo-vos, francamente, que não ia comentar o acontecimento mais marcante dos últimos dias: a prisão de um ex-primeiro-ministro de Portugal!

Não ia!!!!

Não posso, no entanto, deixar passar algumas ideias perigosas que tenho lido e ouvido nos últimos dias. A começar por este artigo de opinião de Artur Coimbra. Nessas linhas é ressuscitada a teoria de todos contra o PS, da "cabala", da "teoria da conspiração", da intromissão no "calendário político", insinuando que este acontecimento foi propositadamente encenado para retirar o brilho à entronização de António Costa como secretário-geral do Partido Socialista.

Noutro ponto defende que um ex-qualquer coisa nos "órgãos superiores do Estado" devem ter um tratamento diferente do comum dos mortais. Ou seja, uns devem ser tratados como filhos, outros como enteados. Pede respeito por um ex-primeiro-ministro quando ele próprio não se coíbe de, repetidamente, destratar publicamente todos aqueles que tomam decisões que vão contra as suas ideias. Fá-lo, inclusivamente, nesse mesmo artigo!!!

Curioso, ainda, o paralelismo que faz com outros casos que estão numa fase mais ou menos adiantada do seu trâmite normal: investigação, julgamento ou em trânsito em julgado. Faz uma pequena referência ao caso "freeport" esquecendo (ou lembrando) que ficaram 27 perguntas por fazer ao mais famoso preso preventivo do momento. Curiosamente, ou talvez não, a magistrada que (ao que se ouve) não deixou que a investigação prosseguisse também é citada pelo Artur Coimbra mas a propósito do segredo de justiça, essa particularidade que ciclicamente é trazida para a espuma dos dias mas logo "esquecida".

Revela, ainda, conhecimento profundo dos processos ao referir que outros são mais graves do que o agora em discussão. Parece-me que as fugas de informação são maiores do que o que inicialmente suspeitávamos!!!! No entanto, escrevendo numa órgão de comunicação social não se inibe e desanca no chamado 4º poder.

Por último, não posso deixar de notar a peregrina ideia de que os juízes se deveriam demitir de fazer o seu papel uma vez que não foram eleitos. Por aqui se entende que alguém eleito pode fazer todas as tropelias porque foram legitimados pelo voto. No entanto, essa regra já não se aplica aos juízes do Tribunal Constitucional tantas vezes "endeusados" pelo cronista quando essas decisões iam ao encontro das suas ideias.

Em conclusão, nem os eleitos nem os juízes. Quem devia governar isto tudo era o Dr Artur Coimbra. Inspirado, certamente, na "marca poderosíssima" da governação Sócrates, ou seja, na Parque escolar, nos Magalhães, nas USF´s e nas rendas excessivas das renováveis.

Até já!!!!




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