Nos últimos dias tenho sido encorajado a continuar a escrever aqui.
Muito me envaideço por isso e assumo a responsabilidade de continuar a exprimir as minhas opiniões. Sem procurar a polémica mas, também, sem a evitar.
Dos últimos dias retenho algumas ideias:
- Daqui a dias começa novo "Carnaval Político". Congresso do CDS, Congresso do PSD, reuniões várias, final do programa de assistência, eleições europeias. UFA!!!
- Depois de todos os sacrifícios que temos feito, continuamos sem perceber o objectivo, ou seja, continuamos à mercê de qualquer aventureiro que venha destruir o esforço feito nos últimos anos. Não há uma ideia, um caminho, uma estratégia e isso é que é preocupante.
- A classe política continua a sua queda no abismo. Um bando de rapazolas armados em gente grande que falam como se soubessem alguma coisa daquilo que falam. Para agravar este quadro, aquele que poderia ser o referencial de credibilidade da classe, Mário Soares, mostra a todo o país adiantado estado de senilidade.
- As fundações continuam a sua vida regalada. À boa maneira portuguesa, a sanha perseguidora do governo ficou-se por uns arranhões e, mais uma vez, esquecendo o fundamental. O foco deteve-se nas transferências do OE em vez de atacarem o grande "prato" destas instituições: a não tributação.
- O enxame de ex-políticos a comentar a actualidade é a nova praga da nossa televisão. Claro que, em minha opinião, o auge da demência atinge-se com o "Querido líder", também conhecido por José Sócrates. É que não se entende como é possível conceder "tempo de antena" a alguém que tanto mente.
- Soube ontem do novo emprego de dois ex-governantes: Macário Correia numa empresa pública ligada à valorização de resíduos e Costa Pina na Galp Energia. Apesar de ambos terem curriculum na área onde vão continuar a carreira, estas nomeações são daquelas que nos fazem torcer o nariz! Não esquecemos (eu não o faço) que Macário perdeu o mandato em tribunal por infracções ao PDM de Tavira e Costa Pina é famoso, particularmente, no caso dos swaps mas também por ter responsabilidades na ruinosa renegociação das PPP.
- Continuamos a privatizar o que é privatizável. Em breve ficaremos apenas com as empresas tóxicas: Carris, STCP, Metro (de Lisboa e Porto) e pouco mais. Não sou dos que defende a intervenção do Estado na economia, antes pelo contrário, mas o que fica é a sensação que há sempre algo escondido atrás das privatizações. Os CTT, por exemplo, irão continuar a receber a instalação das lojas de cidadão?
- Muito se falou, por exemplo, da privatização dos Estaleiros Navais de Viana do Castelo. Estranho ninguém se ter perguntado o que motivou os governantes a manter uma empresa que quanto mais trabalhava mais dinheiro perdia!!!! Isso não ouvi questionar.
- Notícia dos últimos dias: salários em atraso e despedimentos na USB. Até aqui tudo normal não fosse esta a sigla da União dos...SINDICATOS de Braga, afecta à CGTP!!!! Afinal está tudo ao contrário, não?
- Querem ver que depois de tanta asneirada, trapalhada, peixeirada protagonizadas pela coligação o Tó-Zé ainda vai perder as eleições de 2015? É preciso ser-se muito nabo!!!!
Que dizer mais?
É Portugal! Continuamos a não nos levar a sério.
Até já!
Caro amigo,
ResponderEliminarEscreve, a gente agradece!
Na minha opinião, se conseguirmos sair do plano de assistência (e cada vez isso é mais provável!), o PS vai ter muitas dificuldades para ganhar as eleições. Nunca pensei estar, nesta altura, a escrever isto…
Mas, se me permites, o que me preocupa é que todos os sacrifícios que nos foram impostos são estruturalmente irrelevantes e apenas serviram para reduzir pontualmente a despesa. A única medida concreta e definitiva foi a reforma do mapa das freguesias, que tenho muitas dúvidas que produza qualquer poupança (menos 25% de freguesias mas, no entanto, unidades maiores e, como tal, com cargos a tempo inteiro, logo, com maiores custos estruturais).
Não houve reforma administrativa. Há gente a mais na função pública e todos sabemos isso. Mas quem toma a responsabilidade de despedir? Quem assume o peso político? Dificilmente conseguiremos reduzir à despesa com salários e ela pesa muito no orçamento de estado.
Privatizaram-se as empresas que davam lucro e deixou-se as que apresentam, consecutivamente, prejuízo. Disse-me, há uns tempos, um Sr. Deputado, que os trabalhadores dos estaleiros navais de Viana do Castelo ganhavam 17 salários anuais. A ser verdade, porque não nos é dada esta informação? Talvez se explique a dificuldade em conseguir resultados positivos…
Continua-se a pensar a política ao mandato. 4 anos! Se não evoluirmos para um planeamento a médio prazo (10 anos no mínimo), não vamos a lado nenhum.
As alterações fiscais realizadas foram no sentido de aumentar as taxas e não de fazer crescer a base de tributação. Com uma economia paralela que vale mais de 25% do PIB, acho que seria mais acertado criar incentivos para que todos nós tivéssemos vontade de pedir faturas. Um exemplo: compramos casa e necessitamos de mobília. Para quê pedir fatura, se não podemos deduzir a despesa? Não seria melhor o estado permitir, anualmente, uma determinada percentagem de dedução em função dos rendimentos efetivos?
Enfim, podia ficar aqui o dia todo…
Estou sinceramente preocupado. Acho que os esforços feitos de nada serviram e depressa voltaremos ao mesmo. Mudar, mudar, mudámos nós, o Povo. Ganhamos menos e gastamos menos. Isso sim, acho que não vai mudar!